12.3.10

Sua Mulher.




Minhas formas

em som de adágio,

tem algo de orquídea

que brota exclusiva

de um tronco.

Inteira.


Profunda como violoncelo,

me deixo invadir

pela dimensão do seu corpo.

Conheço meus mecanismos,

apalpo suas mensagens,

decodifico milimétricas entranhas

de sabores e murmúrios.

Sons.


Com a sutileza de um oboé

sobre a

campina do nosso leito,

abro-me na madrugada

que de opaco espanto

se deixainvadir

pela dimensão lírica

do seu voar,

como a

macia paina de abril.


Entre cúmulos algodoados

e rajadas alucinantes

de vigor e sobriedade,

nesta guitarra,

permaneço impávida,

nua e sua.



Dia da Mulher







Fortaleza 08 de Março de 2010 .

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